sexta-feira, dezembro 17, 2010

Quando DEUS de fato se torna TUDO

Qual é o grande “barato” da vida? O que a torna tão espetacular e singular? Sem nenhuma sombra de dúvida é o fato de que ela é real. Todo ser vivo está inserido em um mundo real. Dentre todos, o ser humano é o único que insiste em se esquivar da realidade da vida. A indústria do entretenimento contribui muito para que a humanidade se torne cada vez mais alienada no que diz respeito à eternidade. O mundo do “faz-de-conta” é muito mais populoso do que o mundo real. A fantasia é muito mais divertida do que a realidade. Por exemplo, se o meu time perde no mundo real, no meu game as coisas podem ser muito diferentes. Monto um campeonato e na ficção ganho do mesmo time que derrotou o meu no mundo real. Fácil assim. O problema é que na vida real as coisas não podem ser consertadas desta maneira. A vida é para ser vivida, e não temos muitas chances como nos games.

Um dos grandes problemas da sociedade nos nossos dias é que as pessoas imaginam que podem administrar suas histórias como se estivessem em um “game”. No mundo do “faz-de-conta” as coisas podem ser do jeito que eu desejo. A história tem o enredo que eu quero. Neste mundo não há espaço para o fracasso, para a derrota, para o sofrimento, para a dor, para a angústia, para a desilusão, para a traição… Quão distante da realidade está este mundo! Ninguém pode viver, experimentar esta ilusão do lado de cá da eternidade. É fato que existe uma realidade destas: um lugar onde não há noite, nem dor, nem sofrimento, nem lágrimas, nem fome, nem tristeza, nem saudade, nem nada que possa sequer representar o pecado. Todavia, este lugar está reservado para os que além de entenderem que deste lado de cá da eternidade a vida é ao vivo, é real, é dura e muitas vezes se nos apresenta com muitos obstáculos e desafios, se submeteram ao senhorio Daquele que governa os dois lados da eternidade: o Eterno Deus.

Todos os que passaram o governo da vida para as mãos do Criador, entendem que dependem dele para tudo. Às vezes temos a compreensão equivocada de que uma pessoa somente se curva diante de Deus para lhe entregar toda a vida para a vida toda, quando não têm mais nada a que se apegar. Este fato não revela toda a verdade, pois a história nos mostra que pessoas abastadas também entregaram o governo de suas vidas ao Senhor Deus.

A Bíblia nos conta a história de um homem chamado Israel que colocou toda sua existência nas mãos do Senhor. Podia, como seus contemporâneos, confiar em sua riqueza, em seus bens, em seu poder econômico, mas preferiu ser governado por Aquele que governa a história da humanidade.

Israel nem sempre foi chamado assim. Houve um tempo em que se chamava Jacó, cujo significado é: “aquele que pega pelo calcanhar”. Ainda como Jacó teve um encontro marcante com Deus. Fugindo de seu irmão o Senhor se revelou a ele e lhe fez a seguinte promessa: “Eu sou o SENHOR Deus de Abraão seu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que você está deitado, darei a você e à sua descendência; E a sua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em você e na sua descendência serão bendita todas as famílias da terra; E eis que estou com você, e o guardarei por onde quer que você for, e lhe farei tornar a esta terra; porque não lhe deixarei, até que haja cumprido o que tenho falado com você” (Gênesis 28:13-15).

Depois de mais de vinte anos vivendo na distante terra dos parentes de sua mãe, Jacó decide voltar à sua terra. Agora não era mais um homem sozinho e sem nada; era um homem riquíssimo, com uma numerosa família e muitos empregados. Não obstante a todo o poderio adquirido nos anos recentes, seu retorno à terra natal estava envolvido por um enorme temor do irmão, a quem havia traído e sobre quem sempre encontrava uma maneira de levar vantagem. A viagem foi longa e cansativa. Chegando à terra de onde havia saído anos antes, tratou de programar o encontro com o irmão: enviou numerosos presentes adiante de si com a intenção de abrandar a ira de Esaú.

Neste momento de grande tensão, as atitudes de Jacó revelam que Deus havia se tornado TUDO para ele (Gênesis 32). Os presentes poderiam apenas aplacar a ira de Esaú, mas não poderiam detê-lo, caso intentasse o mal. Quando Deus se torna de fato TUDO para nós, nosso encontro com Ele se assemelha ao encontro que Jacó teve com Ele:

Primeiro, se Deus é tudo, suas promessas não são apagadas da memória (v. 9,12) – Jacó “lembrou” o Senhor sua promessa no topo da escada. Segundo, se Deus é tudo, todo o sucesso deve ser creditado a Ele (v. 10) – não apenas as promessas foram lembradas por Jacó; sua condição de viajante peregrino, desprovido de qualquer bem desta terra foi muito bem colocada diante do Senhor. Terceiro, se Deus é tudo, segurança completa existe somente sob Sua proteção (v. 11) – Jacó demonstrou absoluta dependência de Deus. Se Ele o protegesse, sua viagem seria coroada por êxito, caso contrário, estaria à mercê do irmão. Quarto, se Deus é tudo, todas as coisas na vida tornam-se secundárias diante Dele (v. 22,23) – Jacó esteve só diante do Senhor no momento de maior temor em toda sua existência. Tudo foi colocado em segundo plano: família, status e bens. Quão diferente de tantos outros, que buscam refúgio em “abrigos” derrubáveis! Quinto, se Deus é tudo, Ele se torna o centro de tudo (v. 24,26) – Jacó dedicou tudo ao Senhor: tempo, força, atenção, desejo… nada mais importava para Jacó a não ser estar “agarrado” em Deus. Sexto, se Deus é tudo, a história é profundamente transformada (v. 25) – Jacó saiu daquele encontro, marcado para o resto de sua vida. Nunca mais andou do mesmo jeito, nunca mais viveu do mesmo jeito, nunca mais dirigiu a família e os negócios do mesmo jeito. Até seu nome foi mudado: nunca mais foi Jacó; daquela noite em diante passou a ser conhecido como Israel: um príncipe que prevalece com Deus.

Às vezes declaramos que Deus é tudo para nós. Mas será que não estamos com isso fazendo uma confissão do mundo do “faz-de-conta”? Se Deus é tudo na minha vida, Ele precisa ser TUDO em TUDO, não apenas em algumas áreas ou em alguns momentos. TUDO precisa ficar em segundo plano diante da minha relação com Ele. Se Ele é TUDO na minha vida, TUDO começa e termina com Ele. Se não for assim, minha vida com ele e meu cristianismo, não passam de um “game”, uma realidade virtual. Mas, se Ele é TUDO para mim, vivo a vida real com confiança, mesmo diante da iminência de encontros com os “Esaús” que podem representar grande ameaça à minha segurança.
Gidiel Câmara

quinta-feira, novembro 25, 2010

Entre dois mundos

Todos nós experimentamos sensações que nem sempre nos agradam. Uma delas é aquela de estar em algum lugar sem se sentir parte dele. Esta sensação do “não-pertencimento” pode provocar algumas emoções difíceis de serem administradas. Já morei em alguns locais sem sentir nenhum prazer por estar ali. Lembro-me bem de andar pelas ruas de uma cidade em que morei recentemente e ser surpreendido por este pensamento: “o que estou fazendo neste lugar? Não me sinto um cidadão desta cidade”. Não há nada que deponha contra a referida cidade, mas eu não me sentia parte dela. Quando esta é a realidade de uma pessoa, suas perspectivas em relação ao lugar são reduzidas a um nível muito baixo. Não há sonho de “fincar raízes” no local.

Esta experiência no mundo material pode ser sentida também na realidade do mundo espiritual. A Bíblia afirma que aqueles que foram atraídos por Jesus Cristo são transformados em cidadãos do Reino de Deus. Ou seja, sua cidadania é celeste, a despeito de viverem na terra.

Muitos conflitos são provenientes desta realidade. Como cidadãos do Reino de Deus, os discípulos de Jesus não sonham em “fincar suas raízes” neste mundo, apesar de entenderem muito bem que sua permanência aqui tem uma função, uma missão, que está diretamente ligada com a manifestação da glória, da bondade, do amor e do poder do Senhor Deus. Mesmo sabendo que há uma nova morada à sua espera, eles precisam esperar pelo tempo em que Deus os chamará e o Senhor Jesus os conduzirá às moradas eternas.

Mas, enquanto não chega este tempo, como viver do lado de cá? Como se relacionar com este outro mundo que não os admira, nem os respeita? Qual a postura a ser adotada? Há algo especial que deve ser considerado para que esta relação, que é inevitável, seja conduzida com sabedoria pelos discípulos de Cristo? Primeiramente, é imprescindível a estes discípulos o entendimento de que estão entre dois mundos. Alguns confundem esta realidade com a possibilidade de usar a estratégia da ‘política da boa vizinhança’. Imaginam que podem viajar com um pé neste mundo e o outro no mundo dalém. Estar entre estes dois mundos não implica em ser amigo dos dois, submeter-se aos seus dois reis, seguir igualmente os padrões dos dois. Por isso é muito importante a convicção no que diz respeito ao pertencimento. Os discípulos de Cristo “pertencem” ao Reino de Deus, porém “estão” neste reino terreno. O problema de muitos deles é não conseguirem conviver com esta tensão.

A Bíblia nos apresenta uma história de alguém que entendeu muito bem esta realidade e que pode nos dar uma “luz” sobre este assunto. No livro de Gênesis está registrada a história de Jacó (Gn. 25 a 50), um homem que aprendeu a viver entre estes dois mundos. Ele era gêmeo de Esaú, filho de Isaque e Rebeca, neto de Abraão e Sara. Apesar de ter nascido “depois”, antes do nascimento uma palavra de Deus foi enviada à sua mãe dizendo que o mais velho serviria ao mais novo. O “ninho” no qual foi criado tinha tudo para fazer dele uma pessoa diferente. Entretanto, ele quis apressar o curso da história. Não desejou caminhar no compasso do Mestre. Desconsiderou o fato de que apressar o passo com a intenção de superá-lo não é sábio. Até então demonstrava ignorância quanto à realidade dos dois mundos. Suas atitudes demonstravam que ele estava sendo guiado pelas práticas do reino deste mundo visível. Enganou o irmão e o pai para “roubar” algo que já era seu. Por isso, teve que fugir do irmão de maneira apressada e atabalhoada. Na viagem, sentiu o desconforto provocado pelo abandono, resultado de ações egoístas e avarentas. Cansado, entristecido, desanimado e, certamente, com medo, adormeceu e sonhou. No sonho Deus lhe concedeu uma revelação espetacular acerca da realidade dos dois mundos. No sonho Jacó viu uma escada que ligava estes mundos. Por ela anjos desciam e subiam.

A revelação da realidade de viver entre dois mundos e a existência de uma única ligação entre eles que não compromete os cidadãos do Reino de Deus fez de Jacó outra pessoa. O que veio pela frente foi enfrentado por outra perspectiva. Levar vantagem não era mais a sua prioridade. Desistiu de usar o artifício do ludíbrio e da enganação para prevalecer sobre os outros. Sabedor da ligação entre estes dois mundos, Jacó passou a considerar e valorizar mais as coisas do coração. Investiu quatorze anos de sua vida por uma mulher a quem amava profundamente. A história nos conta como o enganador foi enganado, e o ludibriador foi ludibriado. Mas isso já não era o mais importante para ele, que tinha visto a “escada”. De certa forma Jacó já tinha passado por ela e entendia que seu mundo não era aquele em que estava vivendo, e sim o que está além da “escada”. Isto fez muita diferença em sua vida.

Ignorar a existência destes dois mundos não resolve a vida de ninguém. Para alguém vencer a tensão que existe nesta área, é importante o conhecimento da existência da “escada” que existe entre os dois mundos. Todavia é vital a convicção de que por esta escada ele pode passar e é por ela que aqueles que “trabalham” ao seu favor também passam.

Viver do lado de cá da escada gera aquela sensação do não-pertencimento. Contudo isso não conduz a uma sensação de abandono. A visão que Deus deu a Jacó naquele sonho era, de certa forma, um prenúncio de que o Rei do Reino-do-lado-de-lá-da-escada, com todo seu poder invadiria o reino-do-lado-de-cá-da-escada derrotando seu governante em seu próprio território. Sempre que os discípulos de Cristo olham para a cruz têm a certeza de que, mesmo estando vivendo entre dois mundos, são súditos do Rei vencedor, o Senhor Jesus. O Rei do Reino-do-lado-de-lá-da-escada tem toda autoridade sobre o reino-do-lado-de-cá-da-escada. Viver no meio desta tensão de “estar” sem “pertencer” é uma bênção não entendida e não desejada por aqueles que nunca viram a "escada" - essa ligação céu-terra-céu.
Gidiel Câmara



segunda-feira, novembro 01, 2010

Conexão banda larga

Lembro-me bem do meu primeiro contato com a internet. Hoje isso me parece meio ‘jurássico’, mas para aquele momento era algo espetacular. Por toda minha vida acadêmica tive que conviver com as minhas amigas máquinas de datilografia (mecânicas e portáteis). Trabalhei em um banco antes da era da informática. O máximo que tinha era um ‘telex’. Fui apresentado ao computador nos idos de 1992, mas comecei a manuseá-lo mesmo somente em 1994. Consegui meu primeiro computador em 1996 e logo em seguida contratei um plano para conexão com a internet. Lembro-me bem das lutas travadas para conseguir uma conexão. Na tentativa de me conectar, ouvia o som inconfundível do meu PC tentando linha junto ao provedor. Isso levava um bom tempo, mas depois de uma espera, estava eu ali ‘navegando’. A primeira experiência foi fantástica! Baixar algum arquivo era um exercício para a paciência. Costumeiramente, em meio a um ‘download’ a conexão caía e tudo estava perdido. Era uma verdadeira luta.

Hoje vivemos uma realidade bem diferente. Com o advento da conexão banda larga a vida dos ‘interneteiros’ melhorou significativamente. Há conexões com velocidades incríveis! Como é bom navegar sem a preocupação de ter o trabalho interrompido por uma queda na conexão!

Aplicando este exemplo à nossa vida diária percebemos que muitas pessoas vivem sem nenhuma conexão com o Eterno, com o Criador. Não há sequer uma tentativa de se conectarem com Aquele que é a fonte da vida eterna. Outros tantos estão vivendo uma vida com uma conexão limitada, do tipo ‘discada’. A conexão é demorada e a tensão de tê-la interrompida por uma queda é constante. Entretanto há aqueles que experimentaram a conexão ‘banda larga’ na sua relação com o Criador e não desejam voltar jamais para o tempo da conexão discada, limitada. Entendem que não há nada melhor na vida do que estar o tempo todo conectado com o Todo Poderoso. A Bíblia nos diz que por meio de Jesus recebemos o privilégio de viver on-line com o céu (Hebreus 10:19,20).

Na Bíblia encontramos a história de uma mulher, Rebeca, que parece ter experimentado a vida com Deus marcada por uma ‘conexão discada’. Sua história está registrada no livro de Gênesis (capítulos 24 a 27). Ainda jovem tomou a decisão de sair da casa dos pais para se casar com um primo que não conhecia e que vivia em um país distante de sua terra natal. Suas atitudes nesta época demonstravam que sua conexão com o Eterno era estável. Mostrou recato e pudor no encontro com o futuro esposo. Casados sonharam com os filhos que não chegavam. A ‘maldição’ da família do marido parece ter se apegado a Rebeca, pois ela também era estéril. A espera pelos herdeiros durou vinte anos. Sempre dependentes de sua relação com o sobrenatural, o casal não desistia de clamar ao Senhor Deus pela bênção de ter filhos. A oração foi ouvida e respondida de uma forma dobrada. Rebeca ficou grávida e teve gêmeos. Com os filhos ainda no ventre recebeu uma palavra de Deus afirmando que algo diferente aconteceria com sua descendência: o filho mais velho seria servo do mais novo, a despeito de contar com o direito de primogenitura. De Rebeca e Isaque foi exigido somente confiança e obediência. Neste ponto da história Rebeca começa a evidenciar umas quedas na conexão com o Eterno. De uma forma muito estranha começou a se voltar mais para Jacó, o filho mais novo e elaborar planos para que a primogenitura de Esaú fosse invalidada. Quando os filhos chegaram à juventude, o pai decidiu que era a hora de abençoá-los conforme a tradição familiar. Rebeca se adiantou e preparou um plano mirabolante, no qual Jacó se fez passar por Esaú a fim de enganar o próprio pai e, desta forma, roubar do irmão a bênção da primogenitura. Desta forma os dois, Rebeca e Jacó, agiram completamente desconectados de Deus. As consequências foram danosas: a família foi esfacelada e Rebeca, na ânsia de proteger o seu preferido (mesmo sabendo que Deus já havia prometido ser ele o verdadeiro herdeiro das bênçãos prometidas para o primogênito), teve que vê-lo deixando a casa de maneira apressada, fugindo do irmão que queria matá-lo.

Criticar Rebeca é fácil para muitos de nós. O duro é perceber que nossas vidas têm sido como a dela em muitas circunstâncias. Muitos têm vivido uma vida com Deus marcada pela ‘conexão discada’. A despeito de conhecerem as ordens, as leis, os requisitos, as promessas e os limites, insistem em elaborarem planos para enganar o ‘pai’. Quando agem desta forma demonstram ter havido uma queda na conexão com o Eterno.

O pecado tem o poder de provocar uma queda na conexão (Isaías 59:1,2). Mas o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo, é infinitamente mais poderoso que o pecado e mantém esta conexão disponível, mesmo após o pecado cometido (Romanos 8:35-39). Isto quer dizer que mesmo os que desfrutam de uma ‘conexão banda larga’ com o Eterno estão sujeitos a pecarem. Todavia, por estarem em uma relação tipo ‘banda larga’ com Deus, não permanecem no chão, pois a promessa é que o pecado não teria jamais domínio sobre eles (Romanos 6:1-14).

Os que vivem uma vida com Deus marcada por uma ‘conexão discada’ não se importam com suas frequentes quedas. O pecado não os incomoda como incomoda ao Criador. Assim como Rebeca, não se importam em fazer alianças motivadas por interesses egoístas, mesmo que isto represente uma rebeldia à Palavra de Deus.

Como saber se sua conexão com Deus é do tipo ‘banda larga’ ou ‘discada’? Você não encontrará dicas fora das Escrituras Sagradas. Nelas você percebe que uma conexão ‘banda larga’ é evidenciada, por exemplo, por uma busca constante por estar cheio do Espírito Santo (Efésio 5:18) e andar de acordo com os ensinamentos de Jesus (João 14:23). Dentre os benefícios de uma conexão ‘banda larga’ com o Eterno está a disponibilização de todos os ‘programas’ e ‘arquivos’ necessários para uma vida plena aqui na terra. Eles podem ser ‘baixados’ a qualquer momento sem o risco de queda de conexão.

Gidiel Câmara

quinta-feira, outubro 21, 2010

Um "morto-de-fome"

Por vezes os conceitos que temos da vida e das pessoas não correspondem à realidade. Confundimos humildade com pobreza, por exemplo. Quando nos referimos a alguém desprovido de recursos financeiros dizemos que se trata de uma pessoa humilde. Entretanto, esta nem sempre é a realidade dos fatos. Conheço gente pobre que, a despeito disto, é dominada pela avareza, soberba e orgulho. Por outro lado, conheço pessoas abastadas financeiramente demonstrando humildade em suas atitudes. Confundimos também ‘casa’ com ‘lar’. Uma casa nem sempre abriga um lar. Há palacetes que não são dignos de serem chamados de lar, ao passo que existem barracos que são verdadeiros ‘ninhos’ nos quais os ‘filhotes’ não são apenas alimentados, como também protegidos, ensinados, educados e treinados para enfrentarem com dignidade a vida.

De fato, temos a tendência de emitir um parecer muito mais pelo que vemos do que pelo que conhecemos. A aparência exterior normalmente nos impressiona, mas creio também que ela nos engana com uma frequência maior do que gostaríamos. Somos mais bem tratados quando estamos mais “bem vestidos” do que quando estamos usando “roupas de pobre”. Somos medidos pelo que temos e não pelo que somos. Alegra-me muito conhecer a verdade que diz que o Eterno, o Senhor do Universo não usa este mesmo critério para nos medir. Sendo assim, posso ser o que sou, ainda que seja menos, quando medido pela “régua da terra”.

Outro dia andava pela cidade onde moro e fui percebendo a mudança na paisagem de pedra. À medida que atravessava de um lado para o outro da cidade o nível social foi “subindo”. A sensação era de que estava entrando em um mundo ao qual não pertencia. No entanto, literalmente no meio da prosperidade há uma enorme favela incrustada. Fiquei pensando se esta não seria uma dádiva dos céus para os moradores daquela parte da cidade, a fim de que nunca se esqueçam de que a vida não é apenas “cor-de-rosa”.

Numa reflexão mais acurada me pergunto: “onde realmente está a pobreza? No bolso furado ou na alma vazia? Onde a fome provoca maiores danos: no estômago ou no espírito?” É fato que a saciedade, a satisfação não anda de mãos dadas com a prosperidade. Um dos grandes problemas do ser humano é não reconhecer a natureza da verdadeira pobreza e da verdadeira fome. O caminho escorregadio da confiança em coisas, em bens, tem levado milhares ao abismo eterno. Uma pessoa que não tenha a consciência de que o ser humano é mais do que matéria, mais do que corpo, mais do que ‘carne’, pode facilmente se confundir no momento de se ‘alimentar’. O risco de ser regido pelos desejos é maior do que o imaginado. O prejuízo, nesse caso, é grande e iminente.

A Bíblia narra, no livro de Gênesis (capítulos 25, 27, 28, 33), a história de Esaú. Este moço era filho de Isaque com Rebeca. Fruto de uma gestação de gêmeos foi o primeiro a nascer. A cultura de sua época reservava para ele o melhor da herança e da bênção do seu pai. Esaú saiu-se perito caçador; era um homem do campo, um tanto rude, ao passo que seu irmão, Jacó, era mais pacato, mais apegado à mãe e com preferências bem diferentes das de seu irmão. Em um fim de tarde, quando os dois já eram rapazes, Esaú voltava de sua labuta na terra e encontrou Jacó terminando de fazer uma apetitosa comida. Olhou para aquela delícia e disse ao irmão: “dê-me um pouco desta maravilha”. Jacó lhe respondeu: “somente se você aceitar em dar-me em troca o seu direito de irmão mais velho”.

Esta parece ter sido uma cena comum, trivial, corriqueira de uma família normal. Mas não é. Este episódio é uma figura do que tem acontecido por milênios na história da humanidade. E eu explico a razão. Assim como Esaú, centenas de milhares de pessoas são dominadas pelas necessidades urgentes, ainda que elas sejam as necessidades básicas para a sobrevivência. Em momentos assim sempre tem surgido um “Jacó” para oferecer uma solução para aquela situação. O problema é que os “Jacós” não estão interessados em ajudar pelo simples prazer de ver o necessitado atendido e satisfeito. Há um interesse em uma barganha desleal na qual apenas eles, os “Jacós”, serão beneficiados. Os “Esaús” terão suas necessidades temporais atendidas ao custo de um prejuízo duradouro (eterno, em muitos casos).

Não creio que tenha sido uma coincidência aquela cena. Imagino que Jacó tenha preparado aquela armadilha para seu irmão. A refeição devia ser uma das preferidas de Esaú. A “isca” era realmente muito atraente. Basta ver a resposta que Esaú deu à proposta de Jacó sobre a venda do seu direito de irmão mais velho: “Estou quase morrendo. De que me vale esse direito?”. Percebe que este “morto-de-fome” trocou o permanente pelo passageiro, o duradouro pelo efêmero? Pensou com o estômago e não com a cabeça.

Pense comigo: Não tem sido esta a realidade com a qual eu e você lidamos diariamente?! Pessoas “mortas-de-fome” têm trocando seus direitos, seus valores, sua dignidades, seus princípios corretos, sua honra, seu caráter por um prato de uma suculenta refeição. Refeição esta com aromas ‘irresistíveis’, muito bem elaborada por aquele que quer tirar do ser humano o seu ‘direito de filho mais velho’. O resultado tem sido, para muitos, o mesmo experimentado por Esaú, que ficou sem a bênção do pai e sem os privilégios de filho mais velho. Posteriormente buscou a bênção, mas ela fugiu dele.

Os “Esaús” que estão cansados de ser enganados pelos “Jacós” da existência precisam conhecer Aquele que é poderoso para saciar as necessidades mais profundas do ser humano. O Senhor Jesus Cristo é o “Pão que desceu do céu” para matar a fome da alma. Se Esaú tivesse a alma saciada, não trocaria seu direito de irmão mais velho por uma refeição, mesmo se fosse sua refeição preferida.

Esteja certo que suas refeições preferidas lhe serão oferecidas com o fim de receber o seu ‘direito de irmão mais velho’. A questão decisiva é a seguinte: você é um “morto-de-fome”, ou alguém que, a despeito de estar faminto, conhece o “caminho do fogão”?


Gidiel Câmara

quarta-feira, outubro 06, 2010

Contrariando a "Lei de Murphy"

Vivemos em um país onde o terreno para a proliferação de mitos, lendas, crendices é fertilíssimo. As superstições estão presentes nas escolas, nos escritórios, nos lares, nas conversas, nas novelas, no esporte, enfim, no dia a dia do povo brasileiro. Há superstição para todo tipo de pessoa e todo gosto. O ruim disso tudo é que a vida das pessoas acaba por ser regida por aquilo que crêem ser real. Desta forma as superstições contribuem grandemente para o negativismo e, pior ainda, para a transferência de responsabilidade e até mesmo de culpa. Muitas pessoas creditam ao azar o fato de não alcançarem o sucesso almejado. Se boa parte delas for honesta poderá chegar à conclusão que o fracasso não foi fruto do azar e sim de uma má preparação ou o fato de outros estarem melhores no momento.

O fatalismo também tem sido uma explicação para os acontecimentos (via de regra os acontecimentos ruins). Frequentemente tenho ouvido as pessoas dizerem diante de uma tragédia ou uma perda: “foi como tinha que ser”. Creio na existência do Deus Todo Poderoso que é Onipotente e que tem o governo absoluto do universo em Suas mãos. Contudo não consigo enxergar a humanidade como marionetes em suas mãos. Não creio em uma liberdade absoluta para todos, como também não creio em uma supressão absoluta da liberdade. Há aspectos da vida em que somos totalmente dependentes da ação de Deus em abrir uma “porta”, indicar um “caminho”. Por outro lado somos seres pensantes, e como tal, livres para fazer muitas escolhas. Somos também totalmente responsáveis pelas consequências das nossas escolhas.

Além das superstições e do fatalismo, há também outro fator que influencia a vida das pessoas: o pessimismo. Há um número expressivo de pessoas que enxerga a vida sob a ótica do negativismo. O erro e o fracasso são sempre as primeiras opções. Há uma conhecida “lei” que descreve estes momentos: a “lei de Murphy”. Esta lei “é oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial norte-americano Edward Murphy. Ele deveria apresentar os resultados do teste; contudo, os sensores que deveriam registrá-lo falharam exatamente na hora. Frustrado, Murphy disse ‘Se este cara tem algum modo de cometer um erro, ele o fará’ — em referência ao assistente que havia instalado os sensores. Daí, foi desenvolvida a assertiva: ‘Se existe mais de uma maneira de uma tarefa ser executada e alguma dessas maneiras resultar num desastre, certamente será a maneira escolhida por alguém para executá-la’” (Wikipedia).

A “lei de Murphy” tem sido um completo desastre na vida de muita gente. Mesmo antes de ter este nome parece que algumas pessoas viviam sob sua influência. A Bíblia narra a história de uma mulher que viveu há milhares de anos cuja vida parece ter sofrido uma enorme influência da “lei de Murphy”. O nome desta mulher era Agar (Gênesis 16 e 21). Ela era uma formosa moça que provavelmente tenha sido presenteada a Sara pelo Faraó do Egito na ocasião em que ele esteve perto de tomá-la como sua mulher. Desde então Agar passou ser serva de Sara, a quem servia como uma espécie de mucama.

Agar parece ter conquistado a confiança e o respeito de sua senhora. A proximidade das duas era tamanha que a escrava acabou sendo incluída em um projeto para gerar um filho para Sara. Tudo transcorreu conforme o planejado: Abraão concordou em participar do projeto, Agar ficou grávida e Sara contente. Entretanto, houve alguém que não foi convidado para participar. Você é capaz de imaginar quem foi deixado de lado? Deus! Isso mesmo: Deus!

Não demorou muito tempo para que as desavenças surgissem. Ainda de “barriga” Agar começou a agasalhar a ideia de que Abraão poderia trocar Sara por ela. Crendo nisso passou a provocar sua senhora, que não pestanejou em expulsá-la de casa. Sozinha, deprimida, confusa, irada e pensando que se alguma coisa tivesse que dar errado, assim seria. Nesta circunstância Agar foi “encontrada” por um anjo de Deus que ordenou que ela voltasse para casa e se humilhasse diante de Sara. Olhando para esta cena imagino o quanto deve ter custado a esta jovem obedecer esta ordem. O orgulho ferido deve ter lutado até o fim com o objetivo de impedir seu retorno. Vejo ainda nesta cena um aceno do anjo a Agar com o fim de ensiná-la que quando Deus decide intervir, o errado pode ser consertado. Não há força no Universo que pode manter torto o que Deus deseja endireitar.

Agar volta, se humilha e sua gravidez é concluída e o bebê nasce; no entanto o “clima” na casa nunca mais foi o mesmo. Os anos se passaram e as feridas não foram tratadas. Contrariando todas as leis naturais Sara ficou grávida aos noventa anos. Nasce o filho tão esperado. Não demora muito para as desavenças aflorarem novamente. Desta vez Sara não quer que Isaque conviva com Ismael e pede a Abraão que o expulse de casa juntamente com sua mãe. Uma vez mais Agar se encontra em um deserto. Contudo, desta vez não havia nenhum poço e a morte seria uma questão de tempo. O que você imagina que estivesse ocupando o pensamento daquela jovem mãe? Isso mesmo: “se existisse uma única chance para eu estar aqui novamente, ela seria concretizada”. Mais uma vez Agar estava sob a forte influência de uma lei muito parecida com a de “Murphy”.

A cena mais uma vez representava uma terra fértil para o inferno lançar suas sementes do mal. Uma jovem mãe e seu filho adolescente estavam no deserto sendo observados pelos abutres. Novamente o inferno teve que recuar e se recolher para as trevas, pois Deus rasgou os céus enviou seu Anjo que “achou” Agar ‘mais uma vez’, abriu-lhe os olhos para que ela pudesse ver que em todo aquele tempo o Deus dos céus estava providenciando socorro.

Quantas vezes você se encontrou em situações parecidas com as que Agar enfrentou?! Sentiu-se excluído, abandonado e convencido de que em sua vida se algo pode dar errado, certamente dará. Este é o dia em que o Senhor Deus quer que você abra os olhos e enxergue o “poço” do qual poderá tirar a água que saciará sua sede neste deserto existencial. A “lei de Murphy” leva-o a enxergar somente o deserto. O amor de Deus leva-o a enxergar o poço do qual jorrará água para sua salvação. Jesus é a água da vida, saiba que quem beber desta água  jamais morrerá de sede neste deserto da vida, pois o seu interior será sempre uma fonte a jorrar para a eternidade.

Você é livre para concordar com Murphy e viver uma vida pautada pela iminência de uma des-graça. Mas saiba que Deus pode também conceder-lhe liberdade para beber da água viva e viver uma vida pautada e regida pela graça que não livra da tragédia, mas não se ausenta quando ela chega.

Gidiel Câmara

quarta-feira, setembro 29, 2010

Ajustando o relógio


Dias atrás estava pensando em como seria bom poder viver a cinqüenta anos atrás com a tecnologia de hoje. Fiquei imaginando o conforto de um bom carro, internet, celular, TV a cabo, ar condicionado, avião… aliado a ruas bem mais vazias e com motoristas bem menos estressados; liberdade de poder caminhar sem a tensão provocada pelo medo de ser abordado por um assaltante, casas sem muralhas à frente, aeroportos menos congestionados por pessoas lamurientas e murmuradoras… De repente, bum! Fui trazido de volta ao século XXI, de volta à realidade; as duas coisas não podem estar unidas. O preço do avanço da tecnologia está exatamente em perder aquilo que gostaria de ter de volta: sossego, segurança sem a necessidade de me tornar um prisioneiro, relacionamentos mais profundos, duradouros e menos tensos.

Hoje não consigo imaginar a vida sem a participação ativa da tecnologia. Não imagino uma TV sem controle remoto, um verão sem ventilador/ar condicionado, uma agência bancária sem caixa eletrônico, uma casa sem telefone, uma vida acadêmica sem internet… Ah! A tecnologia! Como ela nos ajudou e ainda ajuda! Mas, por outro lado, como ela nos atrapalha, limita, robotiza, nos conduz pela infeliz estrada de uma pseudo independência, nos transforma em seres imediatistas e, consequentemente, impacientes! Acostumados à velocidade de um mundo “high tech”, não temos mais paciência com as limitações dos outros e nem mesmo com as nossas próprias. Gostamos da potência e velocidade de um carro quatro ponto um e não apenas nos impacientamos, como também desprezamos os carros “mil”. Certa vez estava subindo uma ladeira do bairro onde moro, de olho no relógio, pois tinha um compromisso dali a cinco minutos e me deparo com um carro mil à minha frente. Quando ia ‘desesperar’ por ter que perder irrecuperáveis trinta segundos atrás daquela ‘lesma’, pude ler um adesivo colado no vidro traseiro da ‘causa do meu atraso’: “calma! Você está atrás de um carro mil”. Isso foi uma grande bênção pra mim naquele momento e a partir daquele momento. Aprendi que os “mil” podem e devem ter vez no mundo dos “quatro-ponto-um”.

Em um mundo marcado pela velocidade, precisamos aprender que o relógio que determina o ritmo do universo não está no meu pulso, e sim no pulso de Deus. Quantas vezes olhei pra Deus de forma impaciente, apontando para o MEU relógio! Com esta atitude estava dizendo ao Criador que o considerava como “mil” e a mim mesmo como um “quatro-ponto-um”. Muitas vezes já disse pra Deus: “Senhor! Dá pra sair da minha frente? Eu tenho um compromisso e o Senhor está me atrasando”. Alegra-me profundamente reconhecer que Deus nunca atrasa. Ele é o mais veloz de todos, mas sabe andar no compasso do mais lento de nós. Hoje estou aprendendo que sou eu que tenho de ajustar meu relógio ao dele, e não o contrário.

Na Bíblia vejo a história de uma pessoa que também mostrou seu relógio a Deus, e isso mais de uma vez (Gênesis 12-23). Sara era a esposa de Abraão. Sou um fã desta mulher, mesmo que seja ela conhecida mais pelos destaques negativos do que os positivos. Por isso quero aqui mencionar alguns dos destaques que considero positivos. Gostaria de fazer isso, convidando-o a tentar se transportar ao contexto no qual estava inserida esta mulher de Deus. Desde o início do relato de sua história vejo Sara profundamente comprometida com o projeto de Deus para seu marido e sua família. Não há menção de uma recusa ou murmuração por parte dela quando recebeu a notícia de uma mudança repentina; ela estava disposta a ir rumo ao desconhecido, abandonando seus pais, amigos e familiares mais próximos. Nos episódios nos quais Abraão disse ao rei do Egito e de Gerar que Sara era sua irmã, expondo-a ao risco de ser violada por eles, ela se colocou à disposição para o sacrifício. A razão era uma só: seu comprometimento com o projeto. A intenção era ser parceira do marido. Mesmo quando os destaques são negativos, a intenção era contribuir para que o projeto de Deus fosse realizado.

Os erros de Sara foram motivados por sua impaciência. Imagino Sara vivendo nos nossos dias! O simples fato de esperar por um elevador já seria demais para ela. Sara era uma imediatista. Sua paciência tinha limite (pequeno, vale ressaltar). Imagino a cena de Sara conversando com Deus: “Qual é Deus! O Senhor não pode ser tão lento assim. Vou esperar mais um pouco. Se não engravidar, entenderei que o Senhor está me autorizando a agir do ‘meu jeito’. O Senhor sabe que eu tenho como resolver este impasse do herdeiro. Amém”. O que Deus fez? Isso mesmo, ele não fez nada. Frequentemente Deus não faz nada diante de nossas pressões, chantagens e ameaças. Ele simplesmente não faz nada. Como nós estamos olhando apenas para nossas ideias geniais, e preocupados em mostrar nosso relógio para Deus, não conseguimos vê-lo mostrando seu relógio para nós.

Sara, a agitada e imediatista Sara, agiu obedecendo ao seu relógio, ao seu calendário. Seu plano se transformou na causa de suas gastrites e úlceras. A bela Agar começou a pensar que seu tempo de gata borralheira chegara ao fim e começou a desprezar sua senhora. Esta foi apenas a primeira das desavenças entre as duas. Sara teria que enfrentar ainda vários outros conflitos com sua antiga serva e seu filho.

Aprendo a história de Sara que imediatismo é uma palavra que não funciona no relacionamento com Deus. Bem aventurados são aqueles que aprendem a olhar as horas no relógio de Deus. Talvez seja por conhecer esta bem-aventurança que Moisés, com mais de cem anos, orou a Deus (no dia do seu aniversário?) da seguinte forma: “ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio” (Salmo 90:12).

Tenho tanto de Sara! Mais do que gostaria. Deus, ajude-me a andar como Moisés! Preciso aprender a olhar as horas no Seu relógio, por mais que meu “motor” pareça que vá explodir subindo a ladeira no Seu compasso.

Gidiel Câmara

terça-feira, setembro 21, 2010

Consentimento com sentimento

Tenho a felicidade de ter sido abençoado por Deus com a paternidade. Sou pai de dois meninos que já estão entrando na adolescência. Lembro-me vividamente dos dias nos quais os dois ainda eram apenas bebês que precisavam ser alimentados com mamadeiras e sopinhas. Normalmente eles consentiam com tudo aquilo que nós lhes oferecíamos. Era uma maravilha! O consentimento dos dois vinha acompanhado de sentimentos muitos especiais: alegria e prazer. Eu ficava todo orgulhoso dos meus dois rebentos; eles comiam de tudo. Mas, um belo dia (hoje já nem sei se posso chamá-lo de tão belo assim), eles simplesmente decidiram não consentir mais com os legumes que lhes eram oferecidos. Não posso esquecer também das verduras. E isso foi se alastrando: um dia acabou a simpatia pelo leite; em outro dia aquela bolacha outrora tão deliciosa e desejada deixou de ser guloseima e sobrou no pote. Hoje é muito mais fácil listar o que eles comem do que o que não comem. Estou bem certo que esta minha experiência encontra “eco” em muitas residências (na maioria delas, assim creio).

Lembrando destes dias tão trabalhosos, mas tão prazerosos, fico a refletir sobre a similaridade destes fatos com o que ocorre conosco em outras esferas da vida. Houve tempo em que consentíamos com um sentimento bom com as regras da casa, dos pais, da família. “Da noite para o dia”, entretanto, o consentimento se transformou em dissentimento e, em alguns casos, descambou para a rebeldia. Para alguns destes casos não encontramos uma explicação que nos convença do proveito de tal discordância. Não foram poucas as vezes em que levantamos a bandeira dos rebeldes sem causa.

Na vida existem conceitos, princípios, ideias, caminhos, filosofias que não devem receber o nosso consentimento. Ainda que tudo nos seja apresentado em um embrulho atraente, precisamos aprender a discernir, descobrir o que vem escondido naquele invólucro. A Bíblia afirma que muitos caminhos com uma aparência de pavimentação perfeita podem esconder um fim desastroso. Por outro lado, há muitas situações na vida que merecem nosso consentimento com sentimento, ainda que sua aparência não nos atraia. Nem tudo que é bom e proveitoso para nossa edificação e amadurecimento conta com uma aparência convidativa.


Assisti a um vídeo nestes dias no qual eram apresentadas dez razões para uma pessoa preferir o inferno ao céu. Todas as dez estavam envoltas por apelos aos olhos. O idealizador do vídeo estava de fato convencido que era muito melhor ir para o inferno, pois lá estavam todas as coisas que estão comprometidas com o oferecimento de prazer imediato. Ele de fato consentia com sentimento com aquelas ideias. Todavia, era um sentimento que o arrastava para um local extremamente perigoso, portanto, um sentimento nocivo, ainda que fosse prazeroso. O que define se um sentimento é bom ou ruim é o resultado que ele pode provocar para a vida de uma pessoa na eternidade.

Na Bíblia encontramos a história de um adolescente que decidiu consentir com uma situação que poderia representar sua própria morte. O livro de Gênesis (capítulo 22) narra o episódio em que Abraão, um homem então com cerca de cento e dezessete anos de idade, recebeu de Deus uma ordem para levar seu filho Isaque, com apenas dezessete anos, para ser oferecido como sacrifício ao Senhor. O filho inicialmente não tinha conhecimento desta ordenança. Sentiu-se extremamente honrado e privilegiado por ser convidado pelo pai para oferecer sacrifício ao Senhor, mesmo que isso envolvesse uma longa viagem.

Depois de dias viajando, chegaram ao local indicado por Deus. Isaque entendeu que seu envolvimento naquela situação ultrapassava os limites de uma mera participação como coadjuvante. Subindo aquele monte, notou que faltava o principal para um sacrifício: o próprio sacrifício. Somente para confirmar suas suspeitas ele pergunta ao pai sobre o animal para o sacrifício e ouve como resposta: “o Senhor Deus já preparou para ele mesmo o sacrifício, filho”.

Você conhece esta história? Alguma vez já se imaginou no lugar de Isaque? O que você faria se fosse aquele adolescente que caminhava, agora de forma consciente, para seu próprio martírio? Rebelaria e fugiria ou continuaria a caminhada com a firme decisão de consentir com aquele projeto “maluco”? Quero dizer para você que, mesmo antes de meditar nesta história, eu agi muitas vezes de maneira oposta àquela escolhida por Isaque. Muitas vezes fugi; desci a montanha em disparada, quando percebia que eu seria a oferta para Deus. Sabe por que agia desta maneira? Porque conhecia um outro deus. O deus que eu conhecia não se importava o suficiente comigo para ser merecedor da minha vida. Por isso eu mesmo tomava contra dela (bom, pelo menos eu pensava que tomava conta. Hoje eu sei muito bem que mesmo sem conhecer o Deus verdadeiro, Ele tomava conta da minha vida).
Chegando ao alto da montanha o altar do sacrifício foi preparado; todo o ritual estava devidamente pronto. Faltava apenas o sacrifício. Imagino aquela cena tomada por um silêncio absoluto. Sem palavras Isaque se deitou no altar. Mesmo sem palavras, ele gritava para os céus, para o pai, para os anjos de Deus e os anjos caídos que ele consentia com muito sentimento com aquele momento. Consentia com sentimento em ser uma oferta viva para Deus. Consentia com sentimento em participar de um momento no qual seu pai estava sendo provado ao extremo.

Isaque em momento algum foi forçado a participar daquela prova tão dura. Durante todo o tempo vemos nele uma atitude de consentimento, mas não de uma forma passiva. Seu consentimento envolvia muito sentimento; envolvia uma atitude de coragem, de fé, de dependência de Deus. Na Bíblia Abraão recebe o título de pai da fé, mas eu colocaria Isaque no mesmo nível de fé que seu pai.

Na vida nós estamos sempre consentindo e dissentindo. Minha pergunta para você hoje é: com o que você está consentindo a respeito do Reino de Deus? Este consentimento vem acompanhado por qual tipo de sentimento? Estaria disposto a se deitar no “altar do sacrifício” como uma prova do seu consentimento com sentimento? Estaria disposto a oferecer a Deus sua vida toda por toda a vida?

Gidiel Câmara


terça-feira, setembro 14, 2010

Atraído e traído

Você já percebeu como os seres humanos são seduzidos pelo que veem? Outro dia estava assistindo um filme e ouvi uma frase que me despertou a atenção. Um adulto ensinava ‘kung fu’ a uma criança que parecia ter uma definição correta sobre todas as coisas. O mestre então lhe disse: “o seu problema é que você só sente com os olhos”. Saí do cinema refletindo sobre esta frase. De fato, muitos de nós sentimos apenas com os olhos. A razão parece não ser muito bem vinda quando o assunto são as coisas do coração. O resultado não poderia ser muito diferente do que temos visto: centenas de milhares de pessoas desiludidas, decepcionadas, frustradas, feridas e mutiladas emocionalmente.

Quando somos guiados pelo que vemos, a possibilidade de sermos traídos pelos sentimentos é muito grande. Um dos maiores investimentos das indústrias está voltado para a área de marketing. Como dizem: “a propaganda é a alma do negócio”. Bilhões são injetados em publicidade. O apelo é voltado aos olhos. Certa vez ouvi de um cego sobre sua frustração ao ouvir um programa na televisão. Ele disse que no horário da propaganda um determinado produto foi a anunciado e no fim, diziam: “se você quer adquirir este excelente produto ligue para o número que está em sua tela”. Ele contava isto rindo, e eu também dei boas risadas. Mais uma confirmação de que o apelo é dirigido aos olhos. A armadilha é antiga, mas continua em pleno funcionamento. A Bíblia nos diz que D. Eva foi seduzida pelo que viu. A propaganda foi muito bem elaborada o que fez com que Eva realmente acreditasse que o que lhes estava sendo oferecido era realmente seguro e vantajoso. O resultado todos nós sabemos (não apenas sabemos como sentimos na pele).

É possível que você já tenha sido traído por alguma atração. Alguns caminhos, algumas situações, algumas pessoas, alguns convites, algumas propostas se nos apresentam como algo bom, digno de ser aceito; às vezes o sentimento que a visão gera em nosso coração é de uma necessidade extrema. Por vezes somos convencidos de que não podemos viver sem nos envolvermos com o que nos foi apresentado. Em virtude disto empreendemos uma caminhada por aquela estrada tão atraente. Somos convencidos de que passando por aquela via encontraremos nossa tão desejada realização. Os convites e propostas são aceitos porque cremos que nos tornaremos as pessoas mais felizes do mundo. Passamos a nos envolver com determinadas pessoas por meio de uma amizade ou por intermédio de um relacionamento amoroso porque elas nos parecem ser indispensáveis à nossa existência.

Alguma vez você já foi traído por aquilo que o atraiu? Já se sentiu traído no meio de um caminho, de uma amizade, de um relacionamento amoroso, de um contrato de trabalho? Certamente você estava sentindo apenas com os olhos. Eu e você deveríamos saber que este mundo é terreno dominado pelo “mestre dos disfarces”, o “príncipe dos enganos”. Se não contarmos com a ajuda do alto (e não apenas de auto-ajuda) seremos facilmente enganados. A Bíblia nos diz que alguns caminhos que se nos apresentam como sendo cheios de vida e vantagens, mostrar-se-ão no final (isso mesmo, no final, no fim da vida, às vezes sem chance de dar meia-volta) como caminhos de destruição, engano e morte.


Há na Bíblia o registro de uma história que ilustra muito bem o que estou tentando lhe dizer. No livro de Gênesis (capítulos 13, 14 e 19) podemos encontrar a história de Ló. Seu pai morreu sendo ele ainda um jovem. Abrão, seu tio, cuidou dele como seu próprio filho. Quando Deus disse para Abrão se mudar, ele prontamente levou Ló consigo. Com o tio ele aprendeu muitas coisas e acabou se tornando um homem próspero e rico. Suas riquezas acabaram por criar um fator complicador: a terra já não podia suportar os dois rebanhos juntos, pois eram numerosos. Chegaram a um momento em que uma dura decisão teria que ser tomada: eles teriam que se separar. Depois de tantos anos de convício lado a lado, teriam que continuar a vida em locais distintos. Abrão chamou Ló e disse-lhe para escolher o local em que gostaria de viver. Prontamente Ló escolheu as campinas de Jericó, um local extremamente propício para um pecuarista como ele. Abrão abençoou o sobrinho e se dirigiu em direção à regiões mais montanhosas.

Fico a imaginar o sentimento que tomou conta de Ló: “você é um homem esperto, Ló! Fez a escolha certa. Neste local você se tornará cada vez mais próspero e rico”. Mas, quem diria! Ló acabou sendo traído por aquilo que o atraiu. Em sua história está registrado que ele foi montando suas tendas, ou seja, expandindo seus negócios até às portas de Sodoma e Gomorra. Sua prosperidade foi tanta que ele decidiu desfrutar do conforto da cidade de Sodoma, fixando ali sua residência, criando ali sua família.

Ló foi traído porque pensou apenas com os olhos. Mesmo se angustiando pelo que via em Sodoma e Gomorra não decidiu perder um pouco para ganhar muito mais. Estas cidades eram marcadas por todo tipo de pecado contra o Altíssimo. A situação se agravou tanto que Deus decidiu destruí-las. Na “fuga” Ló perdeu a esposa e viu as filhas levando consigo todo o costume e prática de vida de Sodoma.

Você tem sido traído por aquilo que o tem atraído? Olhe para cima, para o Santo, para o Eterno. Se você desviar o foco do efêmero para o Eterno, terá a garantia de jamais ser traído. Ao contrário, receberá a garantia de jamais ser abandonado ou enganado por Aquele que o atraiu com laços de amor. Ainda que você passe por momentos de tribulação e angústia, esteja certo que Ele estará com Suas mãos sobre sua vida.

Gidiel Câmara

quarta-feira, setembro 01, 2010

Sacudindo a poeira


O Reino de Deus é, sem dúvida, muito incrível. Fazer parte dele é um privilégio inominável. Jesus disse que ele está próximo, já chegou até nós, pertence a nós, está no nosso meio e, ao mesmo tempo, dentro de nós. Disse ainda que entrar no Reino de Deus é a melhor dos acontecimentos (entendendo o Evangelho, podemos afirmar que é o melhor início de todos os acontecimentos, pois entrando no Reino de Deus você é imerso na vida de Deus). Este é um mistério, mas, é também uma realidade. Aliás, uma fantástica realidade.

Quem pertence ao Reino de Deus precisa entender algumas coisas para não sofrer desnecessariamente. O Reino de Deus é muito diferente dos reinos desta terra. No Reino de Deus o mais forte nem sempre é o de compleição física mais avantajada. Aliás, normalmente é o contrário; no Reino de Deus os mais fortes não confiam em sua força física e nem fazem caso dela, pois reconhecem que sua força vem do Senhor e está no Senhor. No Reino de Deus os valores não podem ser contabilizados por calculadoras, por isso os cidadãos deste Reino fixam seus olhos nos valores que são de cima, do céu, de Deus. No Reino de Deus o conhecimento não tem valor se não estiver acompanhado pela sabedoria. Todo cidadão deste Reino deve entender que o conhecimento divorciado da sabedoria nunca estará completo, por mais elevado que seja. No Reino de Deus os fracos, os marginalizados, os feridos de alma, os desprezados, os caídos encontram amor, consolo, esperança, renovação, cura, perdão e salvação.

Estas são algumas das tantas maravilhosas verdades que poderíamos citar a respeito do Reino de Deus. Entretanto, a despeito destas verdades serem de fato verdade, às vezes olhando para os cidadãos deste Reino, ficamos a nos perguntar: “há algo de errado?” Se o Reino de Deus é a maior de todas as maravilhas, por que é que tantos cidadãos deste Reino vivem de cabeça baixa, tristes, deprimidos, desesperados, amargos…? Uma das razões é que parece que não entenderam que apesar de termos entrado neste Reino, ele estar em nós e ser nosso, não o experimentamos ainda em sua totalidade. A teologia explica este fenômeno como sendo a tensão do “já” e “ainda não”, ou seja, já entramos nele, mas ainda vivemos no reino deste mundo. Satanás já foi vencido, mas ainda está vivo promovendo as barbáries que lhe são peculiares.

Uma outra razão para tantos cidadãos do Reino de Deus viverem como se não pertencessem a ele é o fato de acreditarem nas mentiras do Diabo. As duas principais, que promovem terríveis estragos nas vidas dos que as consideram (das quais derivam todas as demais) poderiam ser citadas da seguinte forma: antes de você pecar, o Diabo lhe diz que o que você está sendo tentado a fazer, a ação para a qual está sendo atraído é uma coisa à toa, e não provocará nenhum impacto negativo em sua vida (todo mundo está fazendo); uma vez praticada a ação, os olhos do cidadão do Reino de Deus são abertos e ele vê a tolice que cometeu. Neste momento o “coisa ruim” entra em cena mais uma vez para oferecer mais uma de suas mentiras principais: “o que você fez é tão grave que não poderá ser perdoado jamais”. Sob estas duas mentiras estão milhares de cidadãos do Reino de Deus.

A Bíblia nunca escondeu o fato dos cidadãos do Reino de Deus estarem sujeitos a estes ataques cruéis e ferozes por parte de Satanás. O livro de Gênesis registra a história de Abraão, um homem que também é conhecido como o “pai da fé” devido seu comprometimento integral com o Reino de Deus. Este homem foi tentado e pressionado assim como eu e você também somos. Sobre este santo homem, eu preciso lhe dizer uma coisa: ele foi tomado pelo medo, capitulou e caiu em pelo menos duas oportunidades (Gênesis 12:10-20; 20:1-18). Sabe por quê? Porque ele era homem e não Deus. Um grande problema enfrentado por muitos cidadãos do Reino é que eles acreditam que deixam de ser homens depois que entram neste Reino. Abraão caiu sim. Deus, de propósito, não quis nos esconder este fato. A queda do “pai da fé” trouxe prejuízos não somente para ele, mas também para sua família e para aqueles que estavam ao seu redor. Houve vergonha, feridas, dor e, uma “micareta” no inferno, um tipo de carnaval temporão. Tenho certeza de que Abraão ouviu de Satanás as duas mentiras nojentas que ele apresenta aos seres humanos: “não terá nenhuma consequência”, “não existe nenhum perdão”.

A situação não era nada boa para Abraão. Um homem respeitado como ele estava sendo insultado e, possivelmente, odiado por pessoas que antes nutriam por ele uma admiração. O inferno estava proferindo os seguintes impropérios a respeito do “pai da fé”: “você é um verme, pecador contumaz, condenado ao inferno, abandonado por todos, inclusive por Deus; você nunca alcançará o perdão de Deus, pois é um indigno; você jamais se levantará desta areia movediça na qual está atolado; nunca mais ninguém o respeitará ou acreditará em você”. Estas palavras lhe soam de maneira ‘familiar’? Já ouviu algo parecido com isso em algum momento de sua vida, mesmo sendo você um cidadão do Reino de Deus?

Então ouça o que DEUS disse a Abraão: “ei, meu filho! Levante daí. Filho meu cai, mas não fica no chão, porque eu o tomo pela mão. Eu o perdôo e o restauro para me servir novamente”. Ouça ainda o que DEUS disse de Abraão para o rei Abimeleque: “devolva a mulher ao marido dela. Ele é profeta, e orará em seu favor, para que você não morra” (Genesis 20:7).

Como cidadão do Reino de Deus você terá que conviver o reino deste mundo. Você enfrentará muitas dificuldades e poderá passar por momentos como aqueles que Abraão enfrentou. Poderá também ter medo, capitular e cair. Nestes momentos você terá que decidir a quem ouvir: Satanás, que o insultará dizendo que você é um indigno (e nisso ele não mente, pois ninguém digno, a não ser se estiver em Cristo), alguém que jamais será perdoado; ou ouvir ao Rei do Reino que lhe dirá: "levante, sacode a poeira, vamos reiniciar a caminhada; eu estou com você todos os dias".

Gidiel Câmara