Lembro-me bem do meu primeiro contato com a internet. Hoje isso me parece meio ‘jurássico’, mas para aquele momento era algo espetacular. Por toda minha vida acadêmica tive que conviver com as minhas amigas máquinas de datilografia (mecânicas e portáteis). Trabalhei em um banco antes da era da informática. O máximo que tinha era um ‘telex’. Fui apresentado ao computador nos idos de 1992, mas comecei a manuseá-lo mesmo somente em 1994. Consegui meu primeiro computador em 1996 e logo em seguida contratei um plano para conexão com a internet. Lembro-me bem das lutas travadas para conseguir uma conexão. Na tentativa de me conectar, ouvia o som inconfundível do meu PC tentando linha junto ao provedor. Isso levava um bom tempo, mas depois de uma espera, estava eu ali ‘navegando’. A primeira experiência foi fantástica! Baixar algum arquivo era um exercício para a paciência. Costumeiramente, em meio a um ‘download’ a conexão caía e tudo estava perdido. Era uma verdadeira luta.
Hoje vivemos uma realidade bem diferente. Com o advento da conexão banda larga a vida dos ‘interneteiros’ melhorou significativamente. Há conexões com velocidades incríveis! Como é bom navegar sem a preocupação de ter o trabalho interrompido por uma queda na conexão!
Aplicando este exemplo à nossa vida diária percebemos que muitas pessoas vivem sem nenhuma conexão com o Eterno, com o Criador. Não há sequer uma tentativa de se conectarem com Aquele que é a fonte da vida eterna. Outros tantos estão vivendo uma vida com uma conexão limitada, do tipo ‘discada’. A conexão é demorada e a tensão de tê-la interrompida por uma queda é constante. Entretanto há aqueles que experimentaram a conexão ‘banda larga’ na sua relação com o Criador e não desejam voltar jamais para o tempo da conexão discada, limitada. Entendem que não há nada melhor na vida do que estar o tempo todo conectado com o Todo Poderoso. A Bíblia nos diz que por meio de Jesus recebemos o privilégio de viver on-line com o céu (Hebreus 10:19,20).
Na Bíblia encontramos a história de uma mulher, Rebeca, que parece ter experimentado a vida com Deus marcada por uma ‘conexão discada’. Sua história está registrada no livro de Gênesis (capítulos 24 a 27). Ainda jovem tomou a decisão de sair da casa dos pais para se casar com um primo que não conhecia e que vivia em um país distante de sua terra natal. Suas atitudes nesta época demonstravam que sua conexão com o Eterno era estável. Mostrou recato e pudor no encontro com o futuro esposo. Casados sonharam com os filhos que não chegavam. A ‘maldição’ da família do marido parece ter se apegado a Rebeca, pois ela também era estéril. A espera pelos herdeiros durou vinte anos. Sempre dependentes de sua relação com o sobrenatural, o casal não desistia de clamar ao Senhor Deus pela bênção de ter filhos. A oração foi ouvida e respondida de uma forma dobrada. Rebeca ficou grávida e teve gêmeos. Com os filhos ainda no ventre recebeu uma palavra de Deus afirmando que algo diferente aconteceria com sua descendência: o filho mais velho seria servo do mais novo, a despeito de contar com o direito de primogenitura. De Rebeca e Isaque foi exigido somente confiança e obediência. Neste ponto da história Rebeca começa a evidenciar umas quedas na conexão com o Eterno. De uma forma muito estranha começou a se voltar mais para Jacó, o filho mais novo e elaborar planos para que a primogenitura de Esaú fosse invalidada. Quando os filhos chegaram à juventude, o pai decidiu que era a hora de abençoá-los conforme a tradição familiar. Rebeca se adiantou e preparou um plano mirabolante, no qual Jacó se fez passar por Esaú a fim de enganar o próprio pai e, desta forma, roubar do irmão a bênção da primogenitura. Desta forma os dois, Rebeca e Jacó, agiram completamente desconectados de Deus. As consequências foram danosas: a família foi esfacelada e Rebeca, na ânsia de proteger o seu preferido (mesmo sabendo que Deus já havia prometido ser ele o verdadeiro herdeiro das bênçãos prometidas para o primogênito), teve que vê-lo deixando a casa de maneira apressada, fugindo do irmão que queria matá-lo.
Criticar Rebeca é fácil para muitos de nós. O duro é perceber que nossas vidas têm sido como a dela em muitas circunstâncias. Muitos têm vivido uma vida com Deus marcada pela ‘conexão discada’. A despeito de conhecerem as ordens, as leis, os requisitos, as promessas e os limites, insistem em elaborarem planos para enganar o ‘pai’. Quando agem desta forma demonstram ter havido uma queda na conexão com o Eterno.
O pecado tem o poder de provocar uma queda na conexão (Isaías 59:1,2). Mas o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo, é infinitamente mais poderoso que o pecado e mantém esta conexão disponível, mesmo após o pecado cometido (Romanos 8:35-39). Isto quer dizer que mesmo os que desfrutam de uma ‘conexão banda larga’ com o Eterno estão sujeitos a pecarem. Todavia, por estarem em uma relação tipo ‘banda larga’ com Deus, não permanecem no chão, pois a promessa é que o pecado não teria jamais domínio sobre eles (Romanos 6:1-14).
Os que vivem uma vida com Deus marcada por uma ‘conexão discada’ não se importam com suas frequentes quedas. O pecado não os incomoda como incomoda ao Criador. Assim como Rebeca, não se importam em fazer alianças motivadas por interesses egoístas, mesmo que isto represente uma rebeldia à Palavra de Deus.
Como saber se sua conexão com Deus é do tipo ‘banda larga’ ou ‘discada’? Você não encontrará dicas fora das Escrituras Sagradas. Nelas você percebe que uma conexão ‘banda larga’ é evidenciada, por exemplo, por uma busca constante por estar cheio do Espírito Santo (Efésio 5:18) e andar de acordo com os ensinamentos de Jesus (João 14:23). Dentre os benefícios de uma conexão ‘banda larga’ com o Eterno está a disponibilização de todos os ‘programas’ e ‘arquivos’ necessários para uma vida plena aqui na terra. Eles podem ser ‘baixados’ a qualquer momento sem o risco de queda de conexão.
Gidiel Câmara
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