Todos nós enfrentamos muitos problemas nesta nossa caminhada rumo à eternidade. Convivemos ainda com a tendência de considerarmos os nossos atuais problemas como os maiores de todos. Sem sombra de dúvidas há problemas que são comuns a todos os mortais e que são sérios, muito graves mesmo. Centenas de milhares enfrentam o maior dos problemas: não conhecer o Deus Eterno, Criador e Conservador de todas as coisas. Outros tantos, a despeito de saberem da sua existência, insistem em viver como se ele não existisse. Mas há ainda aquelas pessoas que, apesar de confessarem a existência de Deus, não “permitem” que Ele seja Deus em suas vidas. Estas também enfrentam um problema muito sério: submetem-se à religião, aos líderes (donos ou acionistas majoritários) da religião, mas não se submetem inteiramente ao Senhor Deus, ao senhorio de Cristo.
A raiz de todos os demais problemas é fruto destas situações acima mencionadas. Não acreditar na existência de Deus lança as pessoas em no “tobogã da perdição” – a viagem é alucinante, rapidíssima, mas trágica. Fingir ou ignorar a existência de Deus é como tentar sair sob uma chuva de meteoros protegido por um guarda-chuva de camelô. Conhecer Deus e confessá-lo como Senhor, mas, ao mesmo tempo fechar a porta para Ele em sua vida implica viver uma vida de auto-enganação. Deus é Deus e ponto. A minha e a sua anuência não altera esta verdade.
Na jornada em meio ao povo de Deus podemos perceber que existem muitos que parecem não acreditar no que Deus disse e continua dizendo. São pessoas estressadas, amedrontadas, envolvidas “até o pescoço” com as coisas desta terra e sem tempo nenhum para ouvir a voz do Criador, que diz em sua santa palavra: aquietem-se, parem de lutar; saibam que eu sou Deus (Salmo 46:10). É preciso conhecer mais de perto quem disse isso, pois se trata de uma tarefa muitíssimo árdua. Estamos no meio de uma batalha; somos pressionados por todos os lados o tempo todo e, ao mesmo tempo convidados à quietude. Qual a intenção de Deus com isso? Simples: eu e você precisamos não apenas saber, mas também reconhecer em nossas vidas que Ele é Deus e tem o domínio sobre nossas adversidades, sobre nossos inimigos, sobre nossas lutas. Depender de Deus é muito melhor e muito mais seguro do que depender de nós mesmos
Desde os primórdios da humanidade Deus tem levado seus filhos a dependerem dele em tudo e o tempo todo. Isto, no entanto, não é sinônimo de não fazer nada, mas sim fazer o que Ele diz que deve ser feito. É muito importante não confundir fé com inatividade, imobilidade.
Abraão foi um homem que aprendeu, desde cedo, que a estrada da fé é marcada por aclives e declives acentuados; cercada por fortes tempestades. Ele recebeu uma ordem do Senhor Deus para se mudar para o desconhecido. A esta ordem ele prontamente obedeceu. Juntamente com a ordem vieram promessas, dentre as quais podemos destacar: seria abençoado e abençoador, seria pai de muitas nações. O problema é que sua amada esposa Sara não podia dar-lhes filhos. Estava aí um grande aclive. Como superá-lo? Ao ouvir a promessa de numerosa descendência o “pai da fé” apresentou ao Senhor suas impossibilidades, ao mesmo tempo em que sugeria uma solução alternativa: Eliezer, um escravo a quem tinha o apreço de um filho, Neste momento Deus levou-o para fora da tenda e lhe fez um convite/ordem: “olhe para o céu e conte as estrelas” (Gênesis 15:5).
Neste momento o Eterno, o Criador, o Santo, o Poderoso Deus estava dizendo a Abraão: “aprenda uma coisa, meu filho: você conhece as impossibilidades, você conhece limitações. Tudo isso se constitui em problemas insolúveis para você, mas não para mim. Há um propósito para esta impossibilidade na sua vida: ficar comprovado que eu fui o Autor do projeto. Da mesma forma que você não consegue contar as estrelas, não consegue superar esta impossibilidade. Eu, todavia, posso remover sua impossibilidade assim como conheço todas as estrelas e as chamo pelo nome”.
Em um tempo de incredulidade tamanha é importante crer que a Palavra de Deus é verdade. É vital para os seus filhos reconhecer não apenas o seu amor, como também seu poder, sua soberania. Deus não apenas quer remover suas impossibilidades como também pode removê-las. Saiba que tais impossibilidades sempre têm um propósito definido: a glória do Senhor, portanto, não se deixe vencer pelo desânimo, pela fadiga; resista aos ataques da incredulidade. Os dias passam, transformam-se em semanas que, por sua vez se prolongam ao ponto de se transformarem em meses e… nada do cumprimento da promessa. Alguma coisa certamente está faltando. Às vezes não é a fé (eu acho que em boa parte das vezes não é a fé que falta). Talvez você não tenha entendido que este é o tempo de contar as estrelas. Abraão passou vinte e cinco anos contando estrelas até que o filho prometido surgiu no horizonte de sua história. Neste meio tempo ele chegou a concordar com Sara em pegar um atalho, em fazer uso de métodos criados e aprovados pelo homem. Teve que reconhecer o erro.
Existe a possibilidade de você, ao ler este artigo, estar sendo convidado pelo Senhor Deus a sair da tenda para contar as estrelas. São importantes algumas considerações: Ele sai da tenda com você; é preciso que você olhe para cima, onde as estrelas estão; você precisa estar em um local onde as estrelas possam ser vistas sem a concorrência de outros brilhos, outras luzes (aquiete-se e saiba que eu sou Deus, lembra-se). Sua tarefa é acreditar, esperar e… contar.
Gidiel Câmara