Existem muitas pessoas que fazem qualquer coisa para entrarem para a história, para ficarem famosos e serem notados, de preferência enquanto estiverem vivos. Os ‘reality shows’ que existem em todos os cantos do planeta comprovam a sede que o ser humano tem por sucesso. De maneira infeliz alguns negociam seus próprios princípios e valores morais e éticos com o fim de ascenderem na vida. Seduzidos pela falsa oferta de vida fácil, mergulham em um mundo cruel e desumano. A estrada pela qual viajam velozmente às vezes não permite um retorno, transformando os viajantes em pessoas transtornadas, vivendo uma aparente felicidade e satisfação.
Alguns crêem que entram de fato para a história ao saírem da vida. Nos idos de 1954 o então presidente do Brasil: Getúlio Vargas, pouco antes de tirar a própria vida, deixou registrada uma frase que se tornou célebre: “saio da vida para entrar para a história”. A história que poderia ter um final feliz terminou de maneira trágica. Será que é mesmo preciso sair da vida para entrar para a história? Penso que o simples fato de nascer já é um fato histórico (se é que eu poderia considerar o milagre do nascimento um fato simples). Ao nascer, o ser humano entra na história e, a despeito de ter conhecimento ou não, de concordar ou não, uma história eterna. Quem existe, existe para sempre. A morte apenas muda a dimensão, o plano, mas não extingue a existência.
A vida é realmente um grande mistério e a maioria das pessoas deseja esticá-la, prolongá-la, perpetuá-la nesta dimensão, deste lado da existência. Normalmente ninguém deseja a morte. O desejo pela morte ocorre em decorrência de alguma dificuldade, de alguma luta extrema, de alguma dor ‘insuportável’, de alguma frustração profunda. O que é normal ao ser humano é a luta pela sobrevivência, pela vida. Alguns lutam de maneira correta, outros, por desconhecerem que existem eternamente, lutam de maneira equivocada. Tentam fraudar os princípios eternos da existência, dentre eles o de que Deus comanda a vida e é Ele quem tem em suas mãos o número da nossa ‘senha’. No momento em que o seu número for chamado por ele, não importa onde você esteja, imediatamente será ‘transferido’ de dimensão.
Não é incomum um artista, por exemplo, ter os seus produtos muito mais vendidos após a sua morte do que quando estava vivo. A vontade de perpetuar a existência aqui na terra é algo que impressiona. Mas uma pergunta: por que as pessoas desejam tanto viver? Por que têm tanto medo da morte? Vida longa para quê? Muita gente deseja vida longa, mas não sabe direito por quê e nem para quê?
Não adianta muito ter uma vida longa se não tiver conhecimento do propósito desta vida. Uma pessoa pode viver muitos anos e ainda assim não ter vivido nada. A vida que não é consagrada a Deus, não alcançou o seu principal propósito: agradar e adorar a Deus. Portanto o mistério da vida começa a ser desvendado quando se descobre o propósito da existência. A Bíblia nos conta a história de um homem que ‘entrou para história’ como sendo o homem que mais viveu nesta terra. Seu nome: Matusalém. Ele viveu novecentos e sessenta e nove anos. Uau! Tudo isso? Que cara de sorte! Você acha mesmo? Alguém que vive este tanto tem que saber para que vive, senão sua vida se transforma em um enfado terrível. Não imagino que Matusalém estivesse atrás deste recorde. Também não nos é dado a conhecer se ele estava interessado em uma vida plena. Possivelmente ele tenha vivido tantos anos sem experimentar a plenitude da bênção de Deus nesta terra.
Feliz é aquele que não deseja tanto uma vida longa, como uma vida que cumpra o propósito para o qual foi formada; uma vida que possa ouvir do seu Criador: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor” (Mateus 25:23). Feliz é aquele que entende que Deus está muito mais interessado em nos conceder uma vida plena do que uma vida longa. Nossa vontade é longevidade, a vontade de Deus é plenitude.
Gidiel Câmara
Uma frase para reflexão :
ResponderExcluir"“A fé cristã nos possibilita encarar a vida ou a morte,
não porque nós podemos ver, mas porque temos certeza de que
somos vistos. Não porque conhecemos todas as respostas, mas
porque somos conhecidos.” Pr. Paulo Roberto Barbosa
Daí a diferença entre "viver" e "existir" !
Abraços
Júnior
Verdade, Júnior. Viver é muito mais do existir, e felizes são os que recebem, pela graça de Deus, esta 'revelação'.
ResponderExcluirSaudades de vcs.
Abração.